Todo desenhista ou artista fica fascinado pelos tipos de papel que existem. Tipos de superfície, gramatura, material com o qual é feito, enfim, existe uma infinidade de papéis para pintura, e vou falar sobre os que eu uso e sobre os que eu encontro aqui no Brasil.
Embora eu utilize mais acrílico para minhas composições, geralmente compro papel para aquarela. Por quê?
Porque o papel para aquarela é especialmente preparado para receber grande quantidade de água ou tinta bem molhada.
Você já deve ter notado que, quando pinta com tinta sobre um papel muito fino, ele fica todo ondulado. Veja a foto:
Isso geralmente acontece porque a gramatura desse papel não é adequada para receber essa quantidade de água.
Mas o que é essa tal de gramatura?
Os tipos de papel são classificados segundo o seu peso por metro quadrado. Então, quando você for comprar um papel, ou mandar imprimir algo na gráfica, você precisa definir o tipo de papel que vai querer segundo o acabamento da superfície e a gramatura (peso/m2).
Os papéis, em geral, são diferenciados pela gramatura. 120g/m2, 180 g/m2, 300 g/m2, 400 g/m2 e até 640g/m2.
Para desenho, recomenda-se o uso de papéis com 160 ou 180 g/m2. Você vai ver isso na face do bloco ou na própria embalagem. Veja:
Para aquarela, o papel tem que ter no mínimo 300 g/m2. De fato, eu já utilizei papel dessa gramatura e, mesmo assim, o trabalho ficou ondulado. A cidade onde moro é muito úmida, e isso afeta também. Mas não é só isso: as marcas também desempenham papel importante nisso.
Quanto às superfícies, há aqueles que tem textura fina, textura acetinada, textura rugosa... tem até textura ‘flocos de neve’. Depende do artista a escolha da textura e também do seu objetivo final. Eu gosto tanto de papéis lisos quanto com textura, mas especialmente desse papel (veja abaixo) que tem uma textura em que as tramas parecem quadriculadas. Esse, na verdade, é um papel 300g/m2, mas para técnicas mistas, inclusive acrílico. Não é um papel específico para aquarela. Mas é um papel maravilhoso!
Existem papéis também feitos de algodão, com as bordas não retilíneas, e são considerados os melhores para aquarela. Comprei alguns há alguns anos e confesso que tenho até pena de usar. Rsrs...
Enfim, existem inúmeros tipos e marcas de papel, e eu os considero, sem nem mesmo terem sido tocados, como verdadeiras obras de arte. De fato, alguns papéis são feitos de tal modo e com tal cuidado que parecem obras de artesão.
Porém, aqui no Brasil nossas escolhas são limitadas, e não somente devido à falta de todos esses tipos de papel. A verdade é que, mesmo que a gente encontre tais papéis especiais, o custo deles é proibitivo. Há folhas de papel que custam muito e não são comercialmente viáveis para o ilustrador.
Eu uso, quase sempre, papel A3. Prefiro trabalhar com as ilustrações sempre um pouco maiores do que serão impresas. No momento, estou usando o papel para aquarela da Daler Rowney, 300g/m2, porque comprei dois blocos econômicos e tenho ainda bastante folhas. Ele é prensado a frio, a textura da superfície é mais fina e sem ácido (não amarela com o tempo).
Quando eu não encontro esse, costumo comprar o que tem melhor custo/benefício. Geralmente o Canson 300g/m2, que costuma ter o melhor preço por unidade. É preciso verificar na embalagem não só a gramatura, como também a quantidade de folhas que vem e as dimensões.
Importante: esses papéis artísticos são caros. Então, reserve para suas ilustrações finais. Se for fazer esboços, utilize papéis comuns e só depois passe o seu rascunho para os papéis especiais.
Abaixo algumas sugestões de papel que encontro no momento, com melhor custo x benefício.
Para aquarela:
Para técnicas mistas, acrílico, colagem, pastel, etc:
Bom final de semana!
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