Será o fim do Mercado Editorial, como o conhecemos?
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Será o fim do Mercado Editorial, como o conhecemos?


Um dos livros que ilustrei sendo impresso

Dizem que muitas profissões vão desaparecer no futuro. Essa semana li um artigo falando especificamente sobre a extinção das editoras. Há rumores de que isso vai acontecer com as editoras tradicionais. Várias editoras pequenas fecharam nos últimos anos. E as grandes editoras sofrem com a crise. Mas isso não quer dizer que está o chegando o fim das publicações. Pelo contrário.


Antigamente, o autor não tinha recursos para publicar um livro. Nem financeiros, nem recursos industriais e de distribuição. Quem tinha os equipamentos para impressão eram as editoras. Quem conhecia o caminho de distribuição e venda eram as editoras.

Atualmente, porém, gigantes como a Amazon, por exemplo, tem auxiliado o autor a publicar sem o apoio de uma editora. Hoje é possível publicar um livro e fazer todo o trabalho de divulgação sozinho, sem a necessidade de uma editora. Editoras gigantescas estão oferecendo pacotes de publicação ou co-participação a autores. E como será o amanhã?


Quando eu comecei a ilustrar, eu só tinha que fazer o desenho, pintar e enviar para a editora. Eles faziam o resto. Eu precisava somente do correio. Que, aliás, não desempenhava muito bem suas funções. No meu primeiro livro, tive que contratar uma empresa de transporte privada para entregar as ilustrações, porque os Correios estavam em greve. Em outro livro, as ilustrações só chegaram dois meses depois. Mesmo com a internet, as editoras preferiam receber os originais e só devolviam depois que o livro fosse publicado.


Felizmente, isso é coisa do passado e hoje podemos enviar as imagens de nossas ilustrações para o outro lado do mundo em questão de minutos. Eu mesma enviei ontem várias arquivos para Portugal.


Voltando às editoras, há rumores que vão desaparecer no futuro. Será? Não sabemos ao certo. Porém, independentemente se é verdade ou não, terão que se reinventar.

Se isso acontecer, o que será do trabalho do ilustrador ? Participo de grupos de ilustradores e muitos estão preocupados com o seu futuro. Mas…


E nós, ilustradores, o que podemos fazer?


Embora possamos ficar sentados e reclamar da crise, da falta de oportunidades, temos que lembrar que, ainda que não tenhamos controle sobre as coisas, temos controle sobre nós mesmos e nossas decisões. O que podemos fazer diante de tudo isso? Observar, colher as oportunidades, criar, inventar, se reinventar ?


Tive uma infância cheia de altos e baixos, momentos em que meu pai estava desempregado, crise no país, falta de emprego, fez com que eu refletisse sobre o que poderia fazer para prevenir essa situação. E foi por isso que fiz Administração antes de Belas Artes. Foi uma escolha por necessidade. Embora eu tenha adiado o meu sonho, me ajudou muito a olhar as circunstâncias sob outra perspectiva. Hoje isso me ajuda muito na profissão. Aprendi vários aspectos administrativos e financeiros que hoje são muito úteis no meu trabalho.


Durante todos esses anos que trabalho como ilustradora, busquei aprimoramento em áreas relacionadas ao mercado editorial. Procurei aprender o máximo que pude do processo gráfico. Visitei gráficas, aprendi processos… e tenho que continuar aprendendo, pois a cada dia há novidades que mudam tudo o que aprendemos. Novas máquinas, novos processos…


Hoje posso fazer um livro de cabo a rabo e o autor não precisa mais de uma editora para viabilizar seu sonho. Isso é um diferencial que podemos aprender. De fato, é algo que considero importante para se destacar no mercado de trabalho.


Mesmo no mundo digital, publicar um livro ‘físico’ ainda é a realização de um sonho para muitos autores, Expor suas ideias às pessoas, entreter com uma história, levar à reflexão, promover mudanças, transformações, até mesmo fazer parte de vida de milhares de pessoas e deixar sua marca no mundo. Como ilustradores, podemos auxiliar nesse processo. Não somente no processo de produção. Mas estamos aptos e conduzir o leitor, auxiliar no entendimento do texto, do conceito, da ideia, a promover a reflexão através das imagens que produzimos.


Podemos buscar mais conhecimento e experiência nessa área, como também na área de e-books, no licenciamento de imagens…


E isso é fácil?


Nada que tenha muito valor é fácil. Para ser um grande atleta, há muito sacrifício e treino. Para ser um pianista, são necessárias horas e horas de prática. Para ter um corpo sarado, muito treino na academia. E por que seria diferente com a nossa profissão?


É necessário muito empenho e trabalho duro. Não basta produzirmos um ‘desenhinho’ por semana. Se queremos ser profissionais que se destacam na área, temos que encarar nossa trabalho como trabalho, e não hobby.


Eu acredito que o ilustrador vive uma época de grandes oportunidades. Tudo que vemos tem uma imagem. Os clientes estão sempre buscando novidades. Basta produzir e divulgar que os resultados virão. :-*

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