10 erros que todo iniciante em ilustração comete (e como evitar cada um deles)
- Ingrid Osternack
- 5 de set.
- 5 min de leitura

Quando a gente começa a desenhar, é fácil achar que o problema está em “não ter talento”. Na verdade, essa ideia já está até enraizada na gente.
Mas, na verdade, o que atrapalha são alguns hábitos e o que a gente hoje em dia chama de crenças limitantes, que quase todo iniciante carrega.
Eu mesma já passei por todos eles — e é preciso, além de agir, mudar um pouco nossa mentalidade.
Aqui estão os 10 erros mais comuns que vejo:
1. Comparar o próprio traço com artistas experientes
Eu sei. A gente vê eles fazendo tudo LINDO e dá até um desânimo, né? A gente pensa: nunca vou chegar nesse nível. Mas esquece que eles tem anos de experiência.
Você sabia que, só de ilustrações publicadas, eu já fiz mais de 1000? Isso, fora as que ainda não foram publicadas, painéis, ilustrações avulsas, etc...
Temos que entender que é até injusto - consigo mesmo(a) - se comparar com quem desenha há anos.
E como eu já falei uma vez num outro artigo, tente se comparar com você mesmo(a) de três, seis meses ou até 1 anos atrás. Esse é o progresso que realmente importa.
Pegue uns desenhos do ano passado e coloque lado a lado e compare com os de hoje. Não estão muito melhores?
Eu vejo, hoje, ilustrações que fiz quando comecei, em livros publicados, e penso: que vontade de refazer. Rsrs…. Mas faz parte de minha história: eu tive que 'engatinhar' antes de começar a andar.
2. Querer estilo próprio antes de dominar o básico
Todo mundo sonha em ter “um traço único”. Eu até dou aulas sobre estilo no meu curso Método INGRID. Mas… estilo é consequência de prática, não ponto de partida.
Eu costumo dizer que não é você que encontra seu estilo: é ele que te encontra à medida que você vai desenhando e praticando.
Primeiro aprenda fundamentos — formas, proporções, luz, sombra. Seu estilo, provavelmente, vai nascer daí.
3. Ignorar proporções e formas simples
Eu sempre digo que não é preciso desenhar perfeitamente, com anatomia e perspectiva impecáveis. Mas, é verdade que, ter uma base ajuda muito.
Uma ilustração não precisa, sobretudo na área de literatura infantil, ser perfeita.
O imperfeito também é bonito, mas mesmo assim, pratique muito, faça e refaça suas ilustrações, tentando melhorar o primeiro esboço.
Acredite: eu faço isso até hoje (dá uma olhada na imagem do esquilo).
4. Não estudar luz e sombra
Luz e sombra também não precisam ser perfeitos. Algo imperfeito pode até se tornar divertido, como uma sombra diferente do objeto para enfatizar algo.
Mas, sem luz e sombra, o desenho pode ficar muito “chapado”, sem volume.
E é um fato que, num mundo em 3 dimensões, luz e sombra dão um toque especial a qualquer ilustração.
Experimente iluminar um objeto e desenhar as partes claras e escuras. É simples, mas muda bastante.
5. Exagerar nos detalhes cedo demais
Já vi muitos alunos se perderem em texturas e cores sem antes acertar a composição. Primeiro, pense no conjunto. Depois vá refinando os detalhes.
Veja se o todo fica legal antes de começar a desenhar cada fio de cabelo. Às vezes, eu viro a página e vejo de cabeça para baixo, pois ajuda muuuuito a perceber se algo não está legal.
E é nessa hora que eu aproveito para refinar o que não está bom.
6. Medo de errar o traço
Esse medo deixa o desenho duro, sem vida. Solte a mão. Permita-se rabiscar, errar, apagar, tentar de novo. O erro faz parte do aprendizado.
Eu costumo usar papel vegetal para esboçar e depois repasso numa outra folha quando cheguei ao que queria. Isso faz com que você não tenha medo do papel em branco e seu traço fica leve.
Você pode usar papel vegetal ou uma mesa de luz (a minha é uma luminária plana), como essas daqui: https://amzn.to/481dlBI
7. Não observar referências reais
Quando desenhamos só “da cabeça”, caímos sempre nos mesmos formatos.
Infelizmente, a gente acha que sabe exatamente como é um objeto, mas quando vai ver, aquele objeto pode ser de vários formatos.
Olhe para o mundo real. Observe pessoas, objetos, animais… e depois transforme isso em ilustração. Você vai ver que tem muitas variedades de uma só coisa e isso vai transformar seu trabalho de ilustração.
8. Pular a etapa do rafe/esboço
Começar direto no “final” é receita para frustração. Faça rascunhos soltos, experimente, brinque com possibilidades.
Faça thumbnails, experimente composições… O rascunho é um “laboratório”, não perda de tempo.
9. Usar materiais ruins ou inadequados
Você não precisa ter os materiais mais caros. Mas também não precisa desenhar com caneta num caderno pautado da sua infância. Acredite: já recebi ilustrações no Instagram que eram feitas assim e com papéis até rasgados.
Lápis que não desliza, papel que rasga, tinta de má qualidade…tudo isso atrapalha. Não precisa ser o material mais caro, mas escolha ferramentas mínimas de qualidade para não se frustrar.
Às vezes, não queremos gastar num bom lápis, mas a diferença entre você ficar satisfeito com seu trabalho, ou não, pode estar na qualidade do material. E esses materiais nem sempre são mais caros do que aquele cafezinho, tomado todo dia, por um mês inteiro.
Há efeitos que eu faço, nas minhas ilustrações, que nem todas as marcas de tinta permitem. Algumas são muito líquidas, ou muito ‘plásticas’, não deixando passar o lápis por cima. Podem até ser mais caras, mas duram anos.
10. Desistir rápido demais
Muita gente para porque acredita que “não nasceu com talento”. Mas desenhar não é dom — é prática, treino e curiosidade. Se você continuar, vai evoluir. Não tem como não se desenvolver.
A prática não leva à perfeição, mas leva ao aperfeiçoamento. Algumas pessoas vão pegar rápido, e outras vão demorar mais. Mas com prática, aprendizado e constância, a gente chega lá.
Conclusão
No fim, todos esses erros têm um fundo em comum: a pressa. Pressa de ter estilo, pressa de ver resultado, pressa de parecer profissional.
Eu sei: eu também não gosto de esperar. Quem gosta, né?
Mas aí tem o problema: a gente não quer esperar, mas ficamos procrastinado para começar.
Não percebemos que, se todo dia fizermos um pouquinho, o tempo passa tão rápido que, quando a gente vê, já conseguiu chegar ao objetivo.
E o pior: a vida passa e perdemos tempo só fazendo o que é urgente e não trabalhamos no que nos dá propósito.
Na sua jornada de ilustração, cada esboço vira um passo importante.
A sacada é: prática sem aprendizado vira repetição “cega”.
Aprendizado sem prática fica só na teoria.
E os dois, sem constância com propósito, se perdem no tempo.
Se quiser começar com algo pequeno, experimente o meu Curso Online de Desenho de Personagens. Tenho certeza de que vai gostar. Olha só o que a Maria e a Cris falaram:


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