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Foto do escritor Ingrid Osternack

16, 24, 32.... Afinal, quantas páginas um livro infantil deve ter?



Embora pareça uma questão muito simples, a verdade é que até mesmo autores que já publicaram antes não notaram quantas páginas os livros infantis costumam ter.


Por que isso acontece?


Os autores se preocupam geralmente com o texto, delegando as demais tarefas ao editor ou ao ilustrador. Por isso, é essencial que o ilustrador tenha algumas noções de processos gráficos e ajude o autor (e até mesmo o editor) nessa decisão.


Os livros infantis geralmente tem 16, 24 ou 32 páginas. Alguns tem 48, alguns 8, mas em geral, a maioria tem 16, 24 ou 32 páginas. O que esses números tem em comum?


São todos múltiplos de 8.


O processo gráfico e o tipo de papel, embora não sejam sempre algo que o ilustrador se preocupe, são extremamente importantes para uma produção de excelência. Nem todas as editoras podem publicar no melhor papel e, raramente no Brasil, um livro infantil tem capa dura. Isso ocorre porque o papel é muito caro, e o processo para fazer um livro capa dura ainda tem necessidade de trabalho manual. Há sempre a necessidade de se economizar.


Mas por que estou falando tudo isso? Porque devido ao custo desse processo, é essencial que o aproveitamento do papel também seja maximizado na produção. Por isso, um livro infantil sempre tem que ter páginas em múltiplos de 8, fazendo assim o que chamamos de 'cadernos' (quando as folhas são dobradas).




Até mesmo editores já experientes às vezes esquecem esse detalhe e planejam fazer o livro com 30 páginas, por exemplo, e se surpreendem quando um livro com 32 páginas fica até mais barato. Isso acontece porque o desperdício de papel - o que é descartado - acaba custando caro para a gráfica. E a mesma faz com que o cliente (editora ou autor) pague por isso.


Também acontece às vezes de um livro de formato maior ser mais barato do que um menor. Pelo mesmo motivo, se numa folha de papel, toda a extensão for aproveitada, o custo de produção vem a ser reduzido. Isso já aconteceu comigo: orcei um livro no formato 25 x 18, mas solicitei à gráfica que me fornecesse um tamanho que não desse desperdício. Eles sugeriram 26,5 x 18,1 cm. Isso fez com que o custo da tiragem diminuísse para mim, pois houve melhor aproveitamento. Além do que, o livro ficou ligeiramente maior.


No início, quando eu solicitava um orçamento para a gráfica, não sabia desses detalhes e acabava escolhendo o formato do livro em função da proporção que me agradava. Porém, visitando a gráfica, conversando com as pessoas que trabalham e aprendendo mais um pouco sobre o processo, percebi que poderia ter um melhor custo/benefício no meu trabalho.


Concluindo, ao planejar um livro infantil, pense sempre em número de páginas múltiplos de 8. E ao definir o tamanho, procure conversar com a gráfica e descobrir se alguns milímetros a mais ou a menos podem impactar no preço.



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1 Comment


Adorei suas informações. Obrigada

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